Avançar para o conteúdo

O que é Ásatrú?

Ásatrú (pronúncia: aʊsatruː que em islandês moderno significa “fé” ou “crença nos deuses” é o nome da religião neopagã germânica moderna que busca resgatar as crenças e religiosidades pré-cristãs dos povos germânicos que habitavam países do norte europeu, em especial a Islândia, onde foram preservados os poemas da Edda Poética, e o manual de poesia islandesa medieval conhecido como Edda em Prosa, nos quais parte da mitologia germânica tardia da Escandinávia e Islândia foi preservada. Tais livros são as principais fontes dos praticantes da Ásatrú na Islândia.

História

Sveinbjörn Beinteinsson, fundador da Associação Ásatrú islandesa

Ásatrú tem milhares de anos. Seus primórdios se perdem na pré-história, mas é mais velho que o CristianismoIslamismoBudismo, ou a maioria das outras religiões. Os impulsos espirituais que ele expressa são tão antigos quanto os povos europeus se pelo menos 40.000 anos, e talvez muito mais velho. Ásatrú foi parte da cultura, e mais do que isso, parte da alma dos povos norte europeus, e não morreu realmente. Ela sobreviveu entre as comunidades Góticas, e Anglo-Saxãs em um sincretismo com o Cristianismo e o Heathenismo chamado de Arianismo Católico, e mesmo os Cristãos Islândeses ainda respeitavam os espíritos da terra que foram os Landvaetter. Entretanto tal religião foi perseguida e completamente exterminada pelos Agentes da Igreja Cristã como uma religião herética e este parecia ser o fim do culto Aesir no Norte da Europa.

O resgate de práticas religiosas de povos germânicos pré-cristãos teve início durante o século XIX, alinhado ao fenômeno dos grupos esotéricos e ordens iniciáticas europeias. Junto do romantismo alemão, no século XIX houve um esforço de vários acadêmicos para preservar mitos e lendas do folclore nativo que começavam a se perder, além da tradução para línguas vernáculas de textos antigos que retratavam aspectos das crenças pré-cristãs entre os povos de origem germânica por toda Europa setentrional. [3] Entre vários que se empenharam nessas tarefas, destacam-se os irmãos Grimm na Alemanha e o inglês Benjamin Thorpe.

Por outro lado, o romantismo também interessou diversos místicos e ocultistas como Guido von List, que, à luz do pseudo-cientificismo, misticismo, racismo e revolta contra o iluminismo francês fazem as primeiras tentativas de reavivamento da religião dos povos germânicos da Alemanha, embora as Eddas e Sagas medievais do norte da Europa tenham desempenhado grande influência.Nesse momento inicial, o misticismo arianista pouco se diferenciava de cultos maçônicos e de fraternidades secretas que os influenciavam diretamente. [4]

Todavia com os movimentos contraculturais e a emergência da Wicca nos anos 60, a busca por espiritualidades alternativas aumentou, bem como o interesse em antigas religiões, e gradativamente grupos ao redor do mundo passam a se dedicar a reviver a antiga religião nórdica, de forma bastante diferente da que aconteceu no fim do século XIX e começo do século XX sob o romantismo. [5]

No início da década de 1970, as organizações pagãs germânicas surgiram no Reino UnidoEstados Unidos, e na Islândia, independentemente uns dos outros. A Associação Ásatrú (Ásatrúarfélag) foi fundada na Islândia por Sveinbjörn Beinteinsson, um fazendeiro, escaldo (poeta) e estudioso islandês, no Primeiro Dia do Verão de 1972, que inicialmente tinha 12 membros, tendo conseguido o reconhecimento como organização religiosa registrada em 1973. A Ásatrú é uma religião oficialmente reconhecida pelos governos da Islândia (desde 1973), Dinamarca (desde 2003) e Noruega. Ela foi a primeira organização a usar a expressão “Ásatrú” para o reavivamento religioso das tradições islandesas. Beinteinsson serviu como Allsherjargoði (sumo sacerdote) até sua morte em 1993, quando foi sucedido por Jormundur Ingi Hansen. Como o grupo se expandiu em tamanho, a liderança de Hansen causou cismas, e para manter a unidade do movimento, ele deixou o cargo e foi substituído por Hilmar Orn Hilmarsson em 2003, época em que ele tinha acumulado 777 membros e desempenhou um papel visível na sociedade islandesa. A partir de meados da década de 1990, a internet ajudou em muito a propagação de neopaganismo germânico. A mesma década também viu aumentar o envolvimento dos neopagãos com a metodologia reconstructionista[5] O governo dos Estados Unidos não endossa ou reconhece oficialmente qualquer grupo religioso; todavia, numerosos grupos Ásatrú têm sido reconhecidos com o status de organização sem fins lucrativos desde os anos 1970.

NOTÍCIAS

Comentários recentes

Translate »