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Jormungandr

Hymiskviða (A Canção de Hymir) é um dos poemas da Edda Poética,e conta como Þórr fez para conseguir o caldeirão do gigante Hymir para o Sumbel (banquete) dos Deuses. Esse conto, além de constar no Codex Regius, também aparece no manuscrito AM 748 I 4to. Na Edda em Prosa, Snorri apresenta uma versão bem diferente. Sem duvida esse conto é um dos mais famosos de Þórr, pois aparece em várias estelas rúnicas.

Hymiskviða

01 – Há muito tempo os Tívar da morte* estavam caçando, e desejavam cerveja para o sumbel* antes que eles se alimentassem.
Eles balançavam teinns e inspecionavam sobre o sangue de sacrifício*, e descobriram a abundância de caldeirões em Ægir.

02 – O habitante da montanha* estava sentado ali, feliz como uma criança, muito parecido como um filho de Miskorblindi. O filho de Yggr olhou desafiadoramente nos olhos dele:
“Você deve preparar freqüentemente sumbel para os Æsir!”

03 – O importuno herói deu trabalho e aborreceu o jötunn, que pensou se vingar de algum modo sobre o Deus.
Ele pediu ao marido de Sif* para buscar um grande caldeirão:
“Um que seja grande o suficiente para mim preparar cerveja para todos vocês!”

04 – Mas os grandes Tívar e os Ginnregin* foram incapazes de conseguir tal caldeirão, Até Týr sinceramente falar dando a Hlórriði* um bom conselho.

05 – “Ao leste de Élivágar* o sábio Hymir habita no fim do céu; meu feroz pai* tem um caldeirão lá.
Esse espaçoso recipiente é uma légua de profundidade.”

Þórr disse:
06 – “Você sabe se nós conseguiremos esse caldeirão?”

Týr disse:
“Se,meu amigo, nosso trabalho for astuto.”

07 – Eles saíram nesse dia num caminho longo de Ásgarðr, até eles chegarem no lar de Egil*.
Ele guardou os bodes com chifres esplêndidos para eles, e eles foram para o salão que Hymir possuía.

08 – O neto* conheceu a avó e ele detestou muito. Ela tinha novecentas cabeças.
Mas outra mulher chego,toda em ouro*, com alvas sobrancelhas trazendo cerveja para o filho dela.

09 – “Parente de Jötnar*, eu acho melhor esconder vocês dois homens valentes sob o caldeirão.
Meu querido marido, em muitas ocasiões, é grosseiro com convidados, e mal-humorado.

10 – Mas o terrível gigante Hymir, de coração frio, chego depois ao lar de volta da caça.
Pingentes de gelo tilintavam quando ele entro no salão: o homem* retornou com a barba congelada.

Frilla* disse:
11 – “Salve, Hymir, o de pensamentos felizes!
Seu filho tem vindo para seu salão.
Por quem nós esperamos está de volta em seu salão depois de uma longa jornada. O inimigo de Hróðr* o acompanha, o amigo dos homens chamado Véurr*.”

12 – “Veja onde eles estão sentados sob o frontão do salão.
Eles estão de pé atrás do pilar para protege-los.”
O pilar explodiu em pedaços no vislumbre do jötunn.
O pilar quebrou em dois.

13 – Oito caldeirões foram destroçados, mas um, de ferro, ficou inteiro quando caiu do pilar. Então eles deram um passo adiante. O velho jötunn contemplou seus inimigos.

14 – Ele ficou intranqüilo quando ele viu a tristeza das Gýgjur* andando em seu recinto. Logo o jötunn mando três bois serem levados para serem assados*.

15 – Eles cortaram a cabeça de todos, e os colocou no pote de assar.
Mas o marido de Sif teve dois bois inteiros para ele antes de ir dormir*.

16 – A comida de Hlórriði parecia realmente muito grande para o amigo de Hrungnir*.
“Nós teremos que ir caçar, se nós três esperamos ter algo para comer no entardecer!”

17 – Véurr disse que queria sair para remar no oceano se o teimoso jötunn lhe desse uma isca.
Hymir disse:
“Vá até o rebanho, se você ousa, e procure uma isca, destruidor dos Danes das montanhas*.”

18 – “É isso que espero, eu acho que será fácil para você conseguir uma isca de meus bois”
O guerreiro rapidamente foi para a floresta onde um boi negro estava.

19 – O matador dos Þursar* arrancou do boi o domicílio dos dois altos chifres. Hymir disse: “Seu trabalho parece muito pior,mestre do barco, que quando você estava sentado.”

20 – O senhor dos bodes mandou o parente dos macacos* guiar o cavalo das ondas* mais longe possível,
mas o jötunn tinha pouca vontade de remar para mais longe.

21 – O famoso Hymir, mal-humorado, logo puxou duas baleias num único anzol.
Mas à popa, o filho de Óðinn, Véurr astuciosamente coloca seu equipamento de pesca.

22 – O guardião dos homens, o único matador da serpente, firmou a cabeça do boi no anzol. Aquele que o deus odeia e se posiciona abaixo circulando todas as terras mordeu o anzol.

23 – Corajosamente e confiante, Þórr puxou para cima a venenosa serpente a bordo; e golpeou violentamente o alto da cabeça do escondido irmão do lobo* com seu martelo.

24 – Os monstros rugem e as cavernas ressoam toda a antiga terra foi sacudida até o peixe* afundar de volta no mar.

25 – O jötunn não estava feliz. Quando ele remou de volta, Hymir não falou nada enquanto estava no remo. Ele viro a direção do barco até o vento chegar do outro lado.

Hymir disse:
26 – Você irá compartilhar o trabalho comigo?
Por que você não leva as baleias para a cidade, ou amarre nosso bode a vela*.”

27 – Hlórriði andou, agarrou a proa e levantou o cavalo das águas* na parte inferior do casco.
Sozinho ele carregou ambos barco e remos, ele levou o javali do mar*, sobre colinas arborizadas até o salão do jötunn.

28 – Mas o jötunn estava obstinado e alternou palavras com Þórr sobre força. Ele disse que embora um homem possa remar, ele não é nem forte ou poderoso a menos que pudesse quebrar o cálice*.

29 – Quando Hlórriði teve isso em sua mão ele esmagou as colunas de pedra com o cálice.
Enquanto ainda se sentava, ele atirou isto através dos pilares, e ainda o cálice foi trazido de volta para Hymir inteiro.

30 – Então a amável senhora* lhe ensinou um bom conselho que ela conhecia.
“Golpeia Hymir na cabeça, enquanto o jötunn está pesado com a comida, onde é mais duro que qualquer cálice.”

31 – O robusto senhor dos bodes se levantou e se esforçou com todo seu poder divino.
A cabeça do homem* ficou inteira, mas o copo de vinho foi quebrado em pedaços.

32 – “Uma coisa muito querida de mim se foi agora que meu cálice está em ruína na minha frente.
O homem* disse: “Eu nunca poderei dizer novamente:” “Me prepare alguma cerveja!”

33 – “Mas agora nós veremos se você moverá o barco da cerveja* de nosso templo.”
Duas vezes Týr tentou levantar o caldeirão mas isto ficou firme* a cada tentada.

34 – O pai de Móði* agarrou o aro e seu pé atravessou o chão* do salão.
O marido de Sif levantou o caldeirão acima de sua cabeça e as manivelas balançavam sobre seus pés.

35 – Eles tinham corrido bastante por um tempo.
Depois o filho de Óðinn olhou uma vez para traz e viu uma tropa de guerreiros de múltiplas cabeças* emergindo com Hymir das rochas no leste.

36 – Em pé ele levantou o caldeirão acima de seus ombros e atirou o assassino Mjöllnir adiante derrubando a multidão inteira dessas baleias das rochas*.

37 – Eles não andaram muito quando viram que um dos bodes de Hlórriði caiu semimorto ao chão, a besta condutora* estava manco da perna, e tudo por causa do odioso Loki.

38 – Mas você ouviu, e quem que conhece os contos dos deuses, pode relatar os detalhes exatos dessa história sobre a recompensa que o habitante da rocha recebeu, quando ele pagou com ambos seus filhos.

39 – O poderoso chegou para a Thing* dos deuses com o caldeirão que Hymir uma vez possuiu, e os deuses beberam cerveja com Ægir.

As Notas:
01/1* Os Tívar da morte são os deuses.
01/2* Banquete com bebida tomados em ritual solene.
01/3* Teinns são talismãs (talvez até runas) e o sangue é possivelmente de algum sacrifício com o intuito de ver o futuro.
02/1* Ægir.
02/2* Miskorblindi parece ser o nome do pai de Ægir, embora outras fontes contam que o pai dele é Fornjötr.
02/3* Þórr.
03/3* Þórr.
04/1* Tívar e os Ginnregin são os deuses.
04/4* Þórr.
05/1* Élivágar é os rios venenosos que corre da fonte Hvergelmir no Ginnungagap, onde Ymir (o primeiro Jötunn) foi criado.
05/3* Týr afirma que seu pai é o gigante Hymir, enquanto Snorri diz que ele é filho de Óðinn.
07/2* Esse Egil parece ser o mesmo personagem que o Egil, que é irmão de Völund, ambos moram na floresta.
08/1* Týr é neto dessa giganta.
08/3* Essa mulher é a mãe de Týr e estava vestida com ouro.
09/1* Jötnar são os gigantes.
10/4* Esse ‘homem’ é o gigante Hymir.

  • Frilla significa ‘bela senhora’,mas talvez fosse o nome real da mãe de Týr.
    11/4* Þórr.
    11/5* Þórr.
    14/2* Þórr é a tristeza das Gýgjur (Gigantas), porque é o matador dos gigantes.
    14/4* Embora o gigante esteja furioso isso não o impediu de ser hospitaleiro com seus convidados.
    15/4* Þórr comeu dois bois inteiros antes de dormir.
    16/2* Hymir é o amigo de Hrungnir, embora parece apenas se referir para indicar que ambos são gigantes.
    17/5* Danes (=Dinamarqueses) das montanhas são os gigantes.
    19/1* Þórr é o matador dos Þursar.
    19/2* Kenning para ‘cabeça’.
    19/5* Hymir parece se queixar pelas perda dos bois.
    20/1* O senhor dos bodes é Þórr e o parente dos macacos é Hymir.
    20/2* Kenning para ‘barco’.
    22/1* Þórr.
    22/4* Jörmungandr.
    23/4* Jörmungandr é irmão do lobo Fenrir.
    24/3* O ‘peixe’ é Jörmungandr.
    26/3* Kenning para ‘barco’.
    27/2* Kenning para ‘barco’.
    27/4* Kenning para ‘barco’.
    28/4* Cálice que Hymir possuía e parece ser mágico.
    30/1* A esposa de Hymir.
    31/3* Hymir.
    32/3* Hymir.
    33/2* Kenning para caldeirão.
    33/4* Týr não foi capaz de mover o caldeirão embora havia tentado duas vezes.
    34/1* Þórr é pai de Móði.
    34/2* Por causa do peso do caldeirão.
    35/3* Gigantes com múltiplas cabeças como a avó de Týr.
    36/3* Kenning para ‘gigante’.
    37/3* Um dos bodes de Þórr.
    38/3* Egil.
    38/4* Þjálfr e Röskva.
    39/1* O poderoso é Þórr que chegou na Thing (Assembléia).

Essa tradução foi feita por Marcio A. Moreira (Vitki Þórsgoði)

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